A jornaleira

Outro dia, eu estava lendo uma revista sentado em um banco na praça e que ficava exatamente na frente da banca da dona Joaquina, ela era uma mulher meio baixa, em torno de 60 anos, ela parecia meio antipática, era meio corcunda e parecia meio cansada. Já estava ficando meio tarde, já era quase 19 horas da noite. Ela já estava pra fechar a banca quando chegaram mais dois clientes, ela parecia descontente, já começava a olhar torto para cada novo cliente que chegava, quando ela finalmente teve uma brecha, ela conseguiu fechar a banca.

       Ela foi embora caminhando com um andar quase rastejante e com a cabeça baixa, ela devia morar bem longe dali, não demorou muito para que ela fosse embora, lá se ia Joaquina para sua casa.

TER OU NÃO TER

Ter ou não ter uma irmã

Ter ou não ter um irmão, eis a questão. Às vezes, eu imagino como seria se eu não tivesse a irmã que eu tenho, mas no final das contas, eu sempre chego a conclusão que é muito bom ter uma irmã. Mesmo quando ela come o pacote todo de biscoito (bolacha), ou quando nós brigávamos para saber com quem ficava o controle remoto da televisão, ou para decidir quem ia na frente nas viagens de carro, ou quem lia primeiro a revistinha nova. Apesar de todas essas brigas e discussões, geralmente bobas, no final tudo acabava bem.

Quem melhor que a minha irmã para falar mal dos meus pais quando estou bravo com eles. Minha bisavó sempre falava ''é melhor brigar na infância do que brigar quando já se é adulto.'' É  muito bom ter uma irmã mais velha, se bem que, às vezes, eu queria ser mais velho por um dia para saber como é ser irmão mais velho. Minha irmã é a única pessoa que eu vejo todos os dias depois que começamos a morar em duas casas diferentes. Eu lembro que quando nós éramos menores, todas as tardes, ficávamos vendo filmes na televisão e brincando juntos.

Ter uma irmã ou irmão é muito bom, então se você não tem certeza que você quer um irmão, pode ter certeza que é uma coisa muito boa, só quem tem irmão sabe disso, apesar de ter os seus altos e baixos, sempre vai ser uma coisa muito boa.

A danceteria

      Outro dia, eu estava lendo um jornal velho, bem velho, de uns 20 anos atrás, quando eu ainda nem me imaginava por gente, eu estava folheando o jornal e de repente, eu me deparo com uma notícia que me chama atenção, eu não consigo me lembrar exatamente, mas estava escrito algo como ‘’ Phoenix abre matriz em São Paulo’’ ‘’ Será a segunda danceteria da Phoenix, a primeira situada em São José dos Campos, fez muito sucesso e a nova matriz em São Paulo, vem para ser uma das mais caras e badaladas da cidade’’.

Eu fico imaginando, depois de tantos anos, a danceteria já não deve ser a mesma, se ela não tiver sido demolida, talvez ela ainda sirva para alguma coisa, como um abrigo para pessoas carentes, ou talvez ela tenha virado um casarão mal-assombrado que abriga espíritos e coisas do tipo.

Eu perguntei pro meu pai se ele conhecia a danceteria, ele me respondeu que já tinha ido lá uma vez, mas já haviam quase dez anos que o lugar tinha sido demolido e que tinha sido construído um banco que ocupava quase o quarteirão inteiro e que não tinha sobrado nenhum vestígio de que um dia, aquele lugar tenha sido uma danceteria um dia, eu tinha imaginado tantas coisas, menos um banco, eu fiquei tão desapontado que nunca mais quis procurar nada relativo a danceteria, ou melhor ao banco.